sexta-feira, 30 de março de 2007

Aves Urbanas

Em frente a minha varanda, uma bela, alta e frondosa paineira acolhe uma variedade de aves e pássaros que tem, na cidade, seu habitat antrópico: tucano, gavião carcará, maritaca, canário da terra, periquito, bem-te-vi, sanhaço, saira azul, saira sete cores, rolinha, pomba juriti, pomba do bando, sebinho, cambaxirra, colibri. Algumas espécies aqui se encontram durante todo o ano, outras de tempos em tempos. Uma convivência tranqüila, alegre, com diferentes acordes, só alterada com a visita de algum predador, como o gavião, o tucano. O alerta, bem como o combate ao “invasor”, fica por conta dos intrépidos bem-te-vis.
Minha varanda acabou sendo uma nova alternativa. Próxima à paineira – com direito ao uso do corrimão com vista para a cidade, da água no bebedouro, dos frutos da jabuticabeira – acabou sendo palco de periódicas visitas. Até o urubu esteve por aqui.
Agora, com direito a frutas fatiadas, o local ficou concorrido e disputado.


Birro








Bem Te Vi atacando o Tucano













Saira Azul se recuperando, após batida no vidro




Na fila de espera

terça-feira, 6 de março de 2007

Folia de Reis

A Folia de Reis ou Reisado é uma festa popular, de caráter religioso, herdada dos colonizadores portugueses. Sua comemoração era semelhante à portuguesa, pelo menos até o século XVIII, com trocas de presentes na véspera do Dia de Reis. Em Portugal, em meados do século XVII, tinha como principal finalidade divertir o povo. No Brasil, com o tempo, adquiriu traços mais populares, misturando-se a novos elementos, como o candomblé, no Rio de Janeiro, ou às congadas, em Alagoas.
Atualmente, a Folia de Reis se constitui de um auto, em que são dramatizadas as passagens bíblicas do nascimento de Cristo, da visitação dos reis magos e da fuga da sagrada família para o Egito. É uma manifestação alegre e colorida, impregnada de expressão de fé e os preciosos versos são preservados de geração em geração, por tradição oral.
Entre a véspera de Natal e o dia 6 de janeiro – Dia de Reis –, grupos de cantadores e instrumentistas, trajando roupas coloridas e transportando a bandeira, percorrem a cidade, entoando versos relativos à visitação dos Reis Magos – Baltazar, Belchior e Gaspar – ao Menino Jesus e recolhendo oferendas – comida e dinheiro. Nas apresentações, é “oferecida” a bandeira do grupo – enfeitada com fitas e santinhos –, à qual tributam especial respeito.
A Bandeira Guia ou Santa Guia – simbolizando a estrela que orientou os Reis Magos na visita ao menino Jesus – é o maior símbolo da Folia de Reis e vai sempre à frente.
O grupo – normalmente integrado por 12 membros (mesmo número dos apóstolos) – é composto pelo Alferes (ou Capitão, chefe da Confraria), dos cantadores, instrumentistas (viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho, cavaquinho, pandeiro, triângulo, caixa são os principais instrumentos) e palhaços. Os palhaços, representando os soldados do Rei Herodes, vestidos com roupas coloridas e cobertos por máscaras, são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à apresentação e vão sempre afastados um pouco da formação normal da Folia, nunca se adiantando à bandeira.
A Folia de Reis é comemorada, notadamente, em cidades do interior do Nordeste, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e nas periferias de grandes cidades. Na década de 20, estava restrita ao meio rural. Com a intensa migração dos camponeses para os grandes centros urbanos, houve o deslocamento das antigas Companhias de Reis.
A Folia de Reis, ao lado de Congadas e Moçambique, é uma das manifestações do folclore mais antigas em Uberaba-MG. Atualmente, esta cidade conta com, aproximadamente, 100 companhias. No início deste mês, foi realizado um encontro de folias, numa preparação do 50º Encontro Regional Anual programado para junho próximo.