domingo, 12 de dezembro de 2010

IMAGENS URBANAS

Durante minhas caminhadas pelas ruas de Uberaba, fui captando cenas de lugares e de pessoas comuns, que todo mundo vê, mas que ninguém mais percebe por vários motivos: pressa, desatenção, familiaridade, desinteresse, descompromisso.
Casarões remanescentes – que, no passado tiveram momentos de glória e hoje se encontram maltratados e em avançado processo de deterioração – à espera de restauração e inclusão definitiva à memória arquitetônica da cidade. Ruínas, prédios inacabados e abandonados que outrora foram projetos.
Ruas – artérias vivas das cidades – por onde circulam, carros, motos, bicicletas, carroças, mendigos, pedintes, passantes solitários, trabalhadores, num ir e vir sem cessar. Pessoas sentadas, na fila de espera por um documento ou uma esperança, aguardando o tempo passar ou uma condução para o retorno à sua moradia.
Praças, parques, jardins, flores, pássaros, natureza, árvores cortadas, lazer, pessoas se exercitando, se divertindo.
Imagens e registros de uma cidade, aparentemente calma e monótona, mas nada paradisíaca.












sábado, 13 de março de 2010

CARNAVAL EM SANTA TERESA 2010

CARNAVAL EM SANTA TERESA 2010

Um calor sufocante, úmido e com o suor escorrendo pelas costas e por todo o corpo foi a tônica desconfortante durante o carnaval no Rio. Subir e descer as ladeiras de Santa Teresa, atrás dos blocos Songoro Cosongo e das Carmelitas, foi um castigo para os meus combalidos joelhos. Mas o que fazer, estava ali para conferir, fotografar e me divertir. Jogava o corpo para frente e me nutria do ritmo da bateria e da alegria contagiante de centenas de pessoas.
Dias extremamente claros, sem chuva e sem uma nuvem sequer no céu trouxe muito luminosidade e deu um colorido especial às pessoas, uma maioria esmagadora de jovens, do Rio, de outros estados e de diferentes partes do mundo. Rapazes e moças tatuados, com alegres e criativas fantasias, com roupas sumárias e sem inibição alguma se encontravam, riam, cantavam, dançavam, beijavam-se, deixavam se fotografar. Nas ruas e calçadas estreitas, os corpos se roçavam numa troca mútua de odor e suor. No ar, uma mistura de cheiros, com predominância de suor, cerveja e maconha, me deixava inebriado e com muita vontade de viver.
Em providenciais intervalos, as casas de sucos e comidas naturais eram invadidas por dezenas de foliões. Lá na fila estava aquela linda diaba de rabo, chifres e tridente vermelhos. Não resiste e pedi para ser fotografado com ela. Com um sorriso de consentimento, fez uma cara diabólica encenando enfiar aquele tridente em meu pescoço. Assim como ela, outros tantos jovens interessantes com os quais convivi e me identifiquei, com provável certeza nunca mais os verei. Talvez num próximo carnaval, quem sabe.
Admirei e participei de uma festa ordeira, alegre, livre, vibrante. Fez me lembras um Woodstock atual, pela paz, pela música, pela liberdade, pelo congestionamento.
Contemplei belas e sensuais mulheres: morenas, loiras, mulatas, negras, com seus corpos sarados, tatuados, pernas maravilhosas em shorts curtos de todos os tipos e lindos pés em sandálias havaianas.
Como é bom dar uma quebra na vida rotineira e permitir uma fantasia, um devaneio.

BLOCO DAS CARMELITAS

















BLOCO SONGORO COSONGO